Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

domingo, 27 de março de 2011

VERBO COBIÇAR

Mais olha lá que curioso que harmonia há em seus gestos, a mesma expressão que antecede as mesmas palavras de ontem que geram no outro a reação do abrir dos lábios, revelando os mesmos dentes tortos, cariados, os que se foram...
E vejam só...o mesmo silêncio.
Quem são estes meu Deus, que pra cá se conduzem tão cedo, quem são estes que vivem a resmungar que eu os pago mal, e sei que estão certos...mais o conforto que eles me oferecem...mais são meus homens?! são meus...minhas maquinas?!...

Andando em todos os sentidos, demarcados, permitidos, vejo daqui que alguém lá em cima me observa que se dane, prossigo,autorizado verbalmente por escrito, sem aviso prévio, prossigo...
Ou parado a repetir movimentos, expressões das engrenagens da cordialidade praticadas com o chegar de cada dia, as palavras vão se tornando gastas, tudo a volta se automatiza..." Bom dia !, Boa tarde ! , até amanhã ! " parecem palavras gravadas,alienadas...
Deve ser o medo, o medo da fome a fome é um grande negocio, grande pra poucos sentida e temida por  muitos...
Eu ultrapassado pelas teorias pós modernistas onde o passado não importa..." Olhe pro agora veja os benefícios de hoje por que ontem vocês nem sonhavam com um plano medico,olhe lá fora o tamanho da fila, veja...estão todos querendo o que você conquistou, eles querem o seu plano medico, o seu auxilio farmácia o seu salário ali certinho em sua conta todo dia cinco...eles querem...querem...você vai deixar ??? " .
 Eu prossigo, eu ultrapassado por braços mecânicos, quantos estão neste momento sendo mutilados em completo silêncio?! pelos dentes frios de uma prensa, pelos dentes frios e enferrujados da COBIÇA ??!....

domingo, 20 de março de 2011

SONHEI QUE SONHEI QUE GRITAVA

As quatro em ponto ele tocava em toda sua estridência em meu quarto e em outros milhões de quartos em sonora morbida concidencia
As quatro e quinze uma água mais morna que quente ajudava a lavar qualquer resquício de maus sonhos que às quatro e dez se encontravam ainda bem vivos.
Quatro e vinte e cinco com a cabeça trepidando recostada ao vidro do ónibus, eu sonhava que sonhava e me esforçando por lembrar o que sonhando eu sonhava, e qual das contas ainda estava atrazada ..." Ei ! ou acorda ! acorda !..já chego !!...O que ?! chego aonde?!..." Assim me despertavam e eu respondia...
Adiantamento!? Não , pagamento... Era um dia de pagamento que eu receberia por cumprir por todo um mês minhas obrigações, receberia por produzir, uma produção que já pagava a todos em apenas uma hora de trabalho, e o resto?!...o resto o chamado "LUCRO " era pra enriquecer apenas um...mas enfim com este mínimo pagava algumas dividas e com o troco que sobrava era quase imposivel não se criar outros carnes de se perder de vista...
Trocava de roupa às seis e três da manhã, era o primeiro da fila, passava o cartão confirmando meus dígitos, apagando a mim mesmo, "Eu não terei sonhado com esta cena, ela parecia que se repetia..."dandovida à minha maquina desligava-me de qualquer pensamento que não fosse o de : " Cumprir as Metas !! Atenção ! Vista a camisa ! vista!!!...
Eu e tantos outros padronizados em azul desbotado, seguindo as normas da empresa que proíbe qualquer tipo de questionamento, se encontrava por escrito em pequenos cartazes espalhados onde parava-mos para beber água, comer e evacuar, pontos estratégicos, me sentia uma vaca, conduzida daqui pra li, não poderíamos alegar desconhecimento, qualquer tipo de insatisfação seria justa causa na " alta" injustiçado por pensar nem a direita nem esquerda mas um pouco a frente...
Eu apenas sonhei que sonhando eu me revoltava acordando assustado, com a sirene que tocava alto anunciando a todos...era hora de voltar ao trabalho,os ponteiros marcavam  uma da tarde...

sábado, 12 de março de 2011

UM HOMEM RELIGIOSO

 A religião é uma muleta que ainda precisamos...mas quantos conseguem viver sempre suas crenças?! quantos lideres religiosos não caem na " tentação " dos interesses propios ?! O quanto estamos dispostos a abrir mão de certas " vantagens" ?! prazeres de uma carne tentadora cumprindo as ordens de uma mente ainda a fraquejar hora ou outra..." Um Homem Religioso " bem poderia ser : Eu Religioso, Vc Religioso...é um texto de ontem, de hoje e será de amanhã por um bom tempo...ele é também o ultimo desta serie intitulada: " TEXTOS DE QUASE AMOR ", paro por aqui , e volto acredito eu, a escrever em um próximo " descarregamento de minha caçamba cachola algumas " comédias " sobre os dias de trabalho braçal , meus dias de "Auxiliar de Produção " textinhos leves para se passar sem franzir de testa a cada paragrafo, comedinhas para toda a familia...um cheiro agradável e popular vai pairar em "nosso aterro " virtual, aguardem...mais por agora deixo-os com a religiosidade que foi já foi minha...
                               UM HOMEM RELIGIOSO

"  Um copo com água sobre a televisão que ligada iluminava toda a cena, eu ajoelhado no centro da sala, numa sexta-feira a noite, entregue a ambição de um senhor de terno, completamente nu.
    Depois desta noite vieram os livros de auto-ajuda, faziam lá seu efeito por uma semana, duas no máximo, velas de todas as cores e significados, simpatias alquimias, amuletos, um banda, filosofias, teorias, palestras no centro espirita assistia de segunda a segunda mais fiel que minha mãe as novelas das oito, eu estava lá sentado na primeira fila, ali pertinho do médium me sentia mais envolvido a aquilo tudo, um olho no palestranti outro na cabine de passes que recebia regularmente...
   Mais era tudo, tudo em vão, já que até água fluidificada me servia nas manhãs de ressaca...incorformado com a " subjectividade" do plano espiritual me vi de repente de braços erguidos em cultos evangélicos, onde antes mesmo do pastor impor as mãos sobre mim eu já estava atirado ao chão contorcendo o corpo mais que profissional de circo e chorando mais que recem nascido esbofeteado em sua nádega direita, gritando palavrões balbuciando qualquer coisa em língua estranha, meia igreja sobre mim gritando ainda mais alto que em nome de Jesus eu estava amarrado, repreendido e os demónios em mim em fila indiana, um após outro deveriam sair, mas só depois de exausto me acalmava para alegria do pastor e irmãos, somente depois de meu " desabafo"...nunca houve demónio algum, era sempre eu...mas o pastor erguia-me do chão vitorioso e feliz, seu emprego estava garantido...
    Só que mais uma vez era tudo em vão se mesmo de terno e bíblia em punho eu me fazia o salvador de desejos de jovens muito crentes em mim, levando-as para casa com o pretexto de juntos estudarmos a palavra que levava sempre a ação de um sexo desvairado, acordei junto a praticamente todas as irmãs da igreja que usava e abusava conforme os ditames da minha palavra sempre rija e exaltada...
  E passado este momento como passaram outros, vieram os dias de missa ao domingo onde madrugava na porta da igreja de são Judas Tadeu, engolindo ostias me ajoelhava quando todas se ajoelhavam, erguia as mãos de olhos cerrados, a abraçando os do meu lado, cantava, e como cantava com toda vontade oque não sentia e por fim me atirava ao banco do confessionário e por horas declamava os pecados a um também pecador que sempre me recomendava quinze ave Marias seguidas de quinze pai nosso que repetia e repetia, repetia, repetindo duas horas depois os mesmos erros...
   Fiz uso de tudo e o que mais me oferecessem, verdades, mentiras, a nada questionava sendo minha única exigência a de que me iludissem em minha falta de coragem de renunciar ao que nunca tive... Até que certa manhã, abordado por uma senhora enquanto cruzava cidade antes mesmo que ela falasse o que queria, talvez só desejasse uma informação era o mais certo, mais eu no estado em que estava...
    Eu gritei como nunca, explodi!! sem consegui me conter aos plantos no meio da rua em pleno centro da cidade, Afonso Pena com Amazonas eu urrava e chorava..." Sim !! sim!! eu ouso vozes e vejo vultos enormes de bons momentos que por orgulho e tanta bobagem, por me render a mim mesmo eu renuncio ao nada que tenho...ao nada!! nada!! nada!!!...".

sexta-feira, 4 de março de 2011

É, PORQUE SEMPRE FOI POR MINHA CONTA - SEJA BEM VINDO A PRIMEIRA E ULTIMA FESTA

Ele não precisa ser e quase sempre não o é por alguém,é aquela falta, um desgostar de tudo e de todos, uma anemia espiritual até, como amar alguém quando não si tem o amor propio????!...

O sol apesar de não vê-lo estava lá, alguns nasceram outros tantos teram partido das mais variadas formas, depois de uma hora será uma e um, e as seis os coletivos estaram lotados eu serei assaltado antes de cruzar a roleta e o odor de todo precário espaço retangular será di arde di ruim, indesifravel, mas chegando em casa...
chegando em casa, tomei um banho, comi algo e enquanto engolia o que não sentia liguei a TV...tudo muito comum, tudo acontecia igualzinho a ontem, exceto em seus detalhes, e esse caminho já conhecido em geral trilhado até as cegas maquinalmente, sequência de atos e usos o mini dicionário Aurélio que agora empunho define, chamamos de "rotina" você que agora me lê tem a sua...agora a minha eu...eu a matei!! a matei na alegria foi isso o que fiz quando depois de surpreendido por um choro que hora era choro ora eram risos, gargalhadas, procurei no radio uma musiquinha boba que fala-se di amor...e com o volume no máximo sai a rua ainda meio rindo meio chorando, convidei os vizinhos mais próximos os reclusos que eu nunca nem via,os moradores de rua, cachaceiros assumidos, travestis da esquina,as meninas mal faladas..." Venham !! venham! vamos chegar lá em casa, to preparando um churrasco vai ter carne di primeira, asinha, cerveja gelada e só chegar que é tudo por minha conta!!...".E o que pensava e não dizia a eles, era que trouxessem consigo além de um estômago bem disposto era somenti uma dose, três dedos de alegria pois a minha " meus amigos" si alternando assim em euforias tão distintas...acho que si perdeu de mim ou em si mesma por livre e espontânea vontade, limitada ao tempo do CD que escuta...

Poucas horas depois o terreiro estava apinhado, a musica cumia alto e solta por todos os gostos, só que mais alto qui ela falava o mundarel de gente...genti que conhecia desde a infância amigos, amigos de amigos " muito prazer !! "amigos de conhecidos..." Vamos chegando sem receios hein?! tu tá em casa, mete a mão na geladeira que é por minha conta!! oh! oh! a asinha tá no ponto...".

 Até que lá pelas tantas da madrugada já pertinho da hora di rever o sol, uma semana depois enfurnado que estive no " micro ondas " de zinco, num rompanti di doido eu subi na cadeira..." Só um minuto por favor !? ai minha genti !!? abaixa o som ai ou?!...valeu, olha só, eu quero agradecer a todos vocês que aqui estão, todos!! todos ! mesmo, tem genti aqui que eu nunca vi na vida,Todos riram...mas que aqui estão e são todas ótimas, universos interesanticimos, trouxeram cada um a sua dose de energia, alegria!!...Todos vibraram e aplaudiram mas eu só começava...pessoas maravilhosas que fizeram este "encontro" ser do caralho!!! foda mesmo!! um blinde a isso genti!! a este diaaaaa!!! que como este ele seja o primeiro e o ultimo dos que me restam!!...Ninguém estava entendendo muita coisa, acredito que nada, mas me sorriam e mantinham erguidos os copos de cerveja a altura da cabeça, na expectativa de mais um blinde por qualquer coisa, coisa importanti, tudo era importante naquele dia...

Não! não! o amigo eu não acabei não segura o som ai só mais um pouco...genti ! amigos, amigas!!? eu a algum tempo...eu busco algo sabe?! eu a tanto tempo sinto uma necessidade de sei lá o que...não consigo a isso fixar um nome pois acredito que poderia ter tantos nomes...fome!, angustia,anemia, amor...Alguns riam...sim até amor, um amor por todos, um amor por  este mundo que pode ser tão duro quando dele nos " desconectamos" tipo aquela ideia do filme lá o " Avatar" todo mundo aqui viu né?!...este " amor" vamos chamar de amor que é uma palavra tão bunita não é mesmo?! um blinde a tudo que é vivo!!...a essa vontade enorme que eu to sentindo de a partir de amanhã fazer um final diferenti é como si um bombardeio me aniquilasse por dentro a cada hora que me nego a ao menos tentar...tentar esse novo, essa energia cheia de vida!! vida!! meus amigos, tudo até ontem foi um disfruti disso e daquela, um tolerar, um aquentar di falsa bravura,apego, encenação...foi tudo um quase amor !!..." Ahe!! viva! du caralho!! é isso mesmo!!..." Gritaram alguns, e alguns apenas calados me corriam os olhos me liam como a um texto um tanto quanto confuso talvez, com certos erros  ortográficos...mas percebiam minha sinceridade no que " liam"e mi entenderam, não entenderam ?...


Quanto aos outros, foram aos poucos voltando para o que sei lá os entretiam na " minha" primeira e ultima festa, que varou o dia...