Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

domingo, 21 de agosto de 2011

QUANDO NÃO SE TEM NADA E A CAMINHO DE TUDO

Debaixo do cobertor que estava escuro de imundo, debaixo da marquise sem luz de uma noite sem estrelas, seca, palavras floresciam regadas por cervejas bem ao lado, lado que não vem agora ao caso, pois debaixo de esmulambado cobertor haviam dois corpos em trapos desbotados da moda retrasada e  quentes de alegria, o de um homem e o de uma mulher cor e idade não importa mais sim que conversavam tão espontâneos e do olhar de um e de outro existia tanta vida e luz, pra não chamar de amor...
E isso que sentiam era tão expandido, belo e  simples e eram os dois tão felizes em toda aquela sujeira de porta de bar, guimbas, tampinhas de garrafa eram como que flores naquela relva de areia e cimento cheia de cheiros de sei lá o que...e era todo esse acumulo de vícios algo tão pequeno e decorativo, era nada se mesmo no silencio que trocavam verdadeiras caricias de afagos mudos...mais não foi por isso que ninguém ouviu, nem os que ainda ao lado regavam rindo alto as palavras muito menos os homens e mulheres que por ali ao lado passavam apresados, somente excitados demais, por tudo que nos vislumbra as pupilas a cada ciclo de ir e vir de primaveras onde anos são cores de rabos de saias, satisfações imediatas do corpo, absorventes, anos das aquisições matérias a criação de filhos o envelhecer e continuar a enchengar um pouco mais lucidamente mesmo que seja nos anos finais...
Mais eu mesmo não vi, não ali quando passei sentado no ónibus indo ou vindo pra onde não me lembro, vivi em diversas paradas até por fim,além  de ver, enxergar que isso, isso tudo que chamamos de amor, existe mesmo quando dele não se da conta, agindo ininterrupitamente na ausência do físico, de palavras, no absoluto silencio , afagos na alma...Naquele casal de moradores de rua, nos pombos de sarjeta nas mãos cheias de história em formato de linhas e rugas ele existe ainda na ausência da palavra que não encontro para descrever o que sinto sobre tudo,nos, você que me lê e não conheço quem acredito conhecer... os mundos que nos cercam...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

UMA CARTA PARA DAQUI A ALGUNS ANOS - SOBRE APERTOS DE BANHEIRO , ROMPIMENTOS E UMA DUAS COLHERES DE...

Você sempre foi de certa forma assim, independenti,atrevida como sua avó dizia...e natural que você não se lembre afinal estou falando aqui do ano de 2011, onde esta dois mil e onze?!...faz tanto tempo...existem memorias que são mesmo físicas, e eu não me esqueço dos apertos que passava sempre que saiamos nos dois, eu com você cruzando a Afonso Pena , no meio da Bahia área dos bancos, na praça das três cabeças do municipal, nas galerias do palácio...não tinha hora nem lugar a qualquer momento me vinha uma  vontade de ir ao banheiro do nada, do nada mesmo, bebia até pouca água na hora de sair...
Esse ano de 2011 quando eu e sua mãe rompemos em definitivo, isso você sabe...mais acredito que nunca cheguei a lhe dizer, por total desnecessidade, que este ano foi muito ou quem sabe o mais dificíl , eu nunca tinha sentido o que durante algum tempo doeu em mim...
Sua mãe e eu já não estávamos bem, a algum tempo só não tínhamos a coragem de admitir isso sabe?!...admitir primeiro pra si mesmo que não existe mais nada, porque ao admitir teríamos que inevitavelmente lidar com as consequencias que nos vem sempre diante qualquer ação que executamos ,mas numa noite essa coragem nos veio e veio toda estabanada e  ansiosa por resolver toda aquela relação nossa arrastada e muda e muda pois não havia dialogo entre nos ai falamos um milhão de coisas impensadas e absurdas  um ao outro o que gerou sim, durante um tempo uma magoa que se auto alimentava até que foi ralentando e quando as coisas pareciam..." Olha Warlen eu reencontrei um amigo de infância na Internet e a umas duas semanas estamos nos relacionando...", Hoje depois de tanto tempo acredito que houve sim um pouco de orgulho ferido " como assim ela já arrumou namorado..." teve sim um certo sentimento de posse do que nunca foi meu, nunca chegamos a ser um do outro se é que chegamos a ser de alguem nessa vida...você tem seu companheiro sabe do que estou falando...superada esta ilusão que eu planejava a mim mesmo, me caiu a ficha ( caiu a ficha e uma gíria da minha época rsr) de que inevitavelmente eu querendo ou não você seria educada também por uma outra pessoa,sua mãe tinha e sempre teve todo direito de buscar a felicidade dela...mas você só com dois anos... tive medo de que lhe confundisse a cabeça...olhando de hoje sei que era um medo alimentado por simples insegurança que eu não queria ou me faltava coragem de admitir,  que tive de te lá   alguns messes depois... morando com sua mãe ,seu padastro com três filhos pequenos, você ali convivendo e de tanto ouvir chamarem o pai...Foi dificílimo ouvir você se despedindo chamando  outro homem de pai... dos domingos em que ti pegava onde morou sua avó esse domingo...
Eu ali na sua frente...  fiquei tentando durante um tempo escrever sobre esse momento essa dor que senti , tão imensamente grande e profunda como quando se atira uma pedra num foço e nunca se ouvi o som, o contato com a terra com algo físico um vislumbro de fim...e não poder estar ali no outro cómodo da casa, e só dar uma olhada pela greta deixada da porta entre aberta para ver como dormia, ou de estar alí a dezessete passos  quando acordava chorando de pesadelos...foi algo de perda o que senti...que só passou com o tempo , a medida que você foi crescendo... o tempo suaviza essas coisas né?! pra isso ele também existe ou o criamos em nossas cabeças... ele o tempo, torna possível o continuar vivendo, depois da aceitação....
Agora minha filha voltando ao nosso presente,  nosso futuro, eu  espero  e torço muito que com você depois deste tempo esteja tudo   em paz, e... que como nesse ano de 2011 tão distante, quando eu não estava fisicamente todo o tempo com você, ao seu lado sempre estive e esteve de mim a maior e melhor parte, mentalmente, espiritualmente estarei sempre... seu pai esta com muita saudade de você dos nossos  autos papos, trocar aquela ideia...( também  girais de meu tempo rsrs) Estou aqui no quarto do hotel, acabou aja duas horas nossa ultima apresentação fechamos muito bem, estou muito feliz com toda a repercussão externa e interna,principalmente esta...voltei mais cedo da confusão, seu pai nem tem mais pique pra isso...vendo agora a pouco umas fotos de quando você era pequena me fez lembrar muito  desse tempo oque deixou essa carta um pouquinho e especialmente...maior.

Warlen Dimas Marques
10/08 de.........