Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

domingo, 29 de agosto de 2010

" OS OCUPANTES DO SOFÁ VERMELHO "- PARTE UM

Ficou ela,sozinha ela traças insasiaveis e ociosas baratas a sanzarem daqui pra li, se viu ela enraizada no centro da sala e o tempo que ali esteve não se lembrava mais..." Deus que dia é hoje?! eu preciso criar coragem, ele não volta mais..." a sua frente um vazo de violetas agonizava seco, a poeira cobria em camada grossa tudo que se podia chamar de mobília...
_ A quanto tempo estou aqui?!, acabou,acabou... Falava pra si buscando se convencer de uma vez por todas, se encorajava a dar o passo seguinte que por certo daria o inicio a novo ciclo, mais iniciar o que? e como se até então e mesmo antes nunca viveu de verdade, pra si , se nunca teve que se preocupar em tomar decisões e acostumarase a apenas executar o que por muita vezes por ela decidiam...
 Presa por todos estes pensamentos represados por anos e que agora inundavam devastando suas defesas, ilusões cultivadas de sol a sol,  assim se deixou ficar por mais uma duas semanas, a poeira agora não a distinguia do caco de sofá cobrindo seus pés, roupa e cabelos, as baratas atrevidas passeavam sobre seu corpo como se ela humano não fosse..." Que dia é hoje?! meu Deus eu preciso..." Ela pensava e pensava, estava magra agua e luz haviam sido cortadas e o tempo que ela ali e assim ficou nem mesmo eu sei...
Até que um dia...é sempre assim, um dia criamos coragem ou acreditamos nela nem que por alguns minutos e nestes minutos podemos mudar toda nossa história, e nos minutos que  teve,ela guardou em sacos, sacolas tudo que podia carregar trancou o barraco e do jeito que estava desceu o morro rumo a casa de sua mãe já sem a coragem de minutos atrás,  mais embalada pela ladeira ingrime não tinha forças pra resistir...E chegando encontrou sua mãe igualzinho como a deixara, estranho...não pra ela que não notou ou percebeu tal estranheza, mas sua mãe ali estava sentadinha no velho sofá vermelho....
        OS OCUPANTES DO SOFÁ VERMELHO, SOBRE SUA MÃE :
Sua mãe sorria, ou congelou em seu rosto está expressão que identificamos nos como riso, um riso sem alegria por nada e pra ninguém que sempre vinha todos os dias com hora certa de vir, terminados os afazeres da casa que incrivelmente se agigantou na medida que os filhos iam saindo pro mundo, pontualmente as seis sua mãe que não era alta nem baixa nem magra nem gorda nem negra ou branca era uma mãe, como a minha e a sua se sentava no sofá e ia por ele se deixando absorver pela lona, napa, courino vermelho ficando ali meio sentada meio deitada até tarde e com sorriso já instalado e a TV ligada ela comentava as cenas da novela, criticava, gesticulando, as vezes xingava com revolta as vilãs e nos momentos trágicos" vividos" pelos bonzinhos da trama ela se levantava..." Não ! não quero nem vê! sacanagem viu !! to perdendo o gosto, a nem...ia até a cozinha bebia água ...
                                       ( CONTINUA )