Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O JARDIM DESPERCEBIDO DE ALICE

Alice é o nome de uma amiga que durante um tempo morou bem perto de onde hoje já nem moro mais, apesar de estar por lá, por rasões especiais quase todo santo dia...mais ela morava no primeiro andar de um prédio antigo e simples com uma janela voltada pra rua e um jardim, ou um monte de terra cercado por tijolos e cimento ?!...Retomo assim ao que nos passa despercebido ao que nunca existiu pelo simples fato de...." Nossa você viu aquilo ?!!- Viu oque?! eu estava olhando do outro lado...o que era ?!..." O quanto nos passa despercebido em um dia em uma hora?! e o quanto nos deixamos em despercebido?! uma vida?! a sua vida?! a vida daquele cara dormindo embriagado na calçada?! do menino que com o olhar gritava por socorro mais seus olhos sempre tão preenchidos de sei lá o que...
  O jardim de Alice
Delicadas flores de um tom claro lilás perseveravam sobre e meio uma terra dura ressequida provavelmente esquecida..." Mais ninguém cuida Alice ?!..." não ninguém se dava a este trabalho pois o trabalho não permitia mais trabalho sob o risco de acumulos irresolviveis e não sendo este remunerado muuito pelo contrario geraria ao fim do mês um acrecimo as muito vigiadas despesas e aumento na conta de água por molhar um jardim?! seria algo inaceitável ocasionando um esgotamento físico mental e financeira, as pessoas saem atrasadas, sonolentas e retornam cansadas demais...
  Mas a planta de cor lilás parecia ter esticado suas raízes além daqueles dois palmos de terra dura, alheia aos seres que por ela deveriam zelar seus ramos cresciam ela se avolumava, botões aqui e ali por entre folhas anunciando novas flores de um cheiro doce de total independência,revolta indiferença aquela  moita, ramo, trepadeira, mato, aquela planta não precisava mais de palavras de estimulo, carinho, não desabrochava para agradar nossos olhos sempre tão preenchidos de " coisas" mais se desabrochava o fazia por estar viva por ironia, picardia por pura teimosia, quem sabe se esse se abrir não era seu riso de escárnio ?!...E ela por ser o que era atraia para si a atenção de formigas cortadeiras que dela tinhão lá certo receio..." Será que é di plástico?será venenosa?!" abelhas, beija-flores e crianças..."Mamãe, que planta e essa?!,bonita...Não chega perto!! deve te bicho ai no meio, já pedi pra cortarem esse mato...".
              E a cortaram dias depois sem dó nem piedade a golpes enfurecidos de facão e enxada, desmembram- na  de cima pra baixo com força " Mato filha da puta!!..." arrancaram seus braços,ramos pisotearam suas flores como se pisa em baratas um misto de raiva, repulsa e prazer  de salivar a boca...
Hoje por lá é tudo cinza,minha amiga Alice voltou a morar com a mãe... a encontrei um dia desses conheci seu namorado " o Bombeiro" ela está quase se formando está bem pelo que pude ver, mais aquele cheiro doce...