Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

sexta-feira, 10 de junho de 2011

SINFONICA DOS TRAPOS

Nos fundos do lar nos varais estendidos em uma sequência de ações compulsivas, estendia, retorcia, lavava e novamente estendia em silencio de terra seca de céu sem nuvens as camisas encardidas de cores desbotadas, meias de elástico frouxo, cuecas furadas me acompanhão guardando o desejo voltado sempre a esquerda de quem vinha, poderia ao subir seus lances de escadaria intransferivel si ver sobrepujando a si mesmo no mais lindo delírio alimentado pelas dores de alma velha que se sustenta de pé arrastando sempre pesada e perecível matéria.
Nos varais estendidos, estendendo camisas ao lado de calças e abaixo bermudas, compondo em vestes da rotina notas musicais da canção que encenávamos, o casal perfeito o que sempre tudo vai bem, se nem os refretores mais potentes nos alcançava o olhar, juntos sim, unidos nunca estivemos, no que foi nosso conviver um monologo entre surdos, atentados da rotina, auto- sabotagem,  existiu sim, uma sempre expectativa que um dia fosse, falasse,sentisse, abraço seguido de beijo e me cuida?!...Não nos cuidamos, fomos nos deixando acreditar que seis messes eram como se já juntos a mais de seis anos, relação de cenário, flores de plástico, dançamos juntinhos tantos sábados a noite na cozinha eu lavando os pratos, você estourando pipocas, sorrindo um pro outro...era tudo combinado, ensaiado, dedicamos toda a nossa energia em terra estéril,apenas queríamos que fosse que acreditassem...
Que não eram trapos oque estendíamos deixando a vista de todos, poesia no lugar de magoas de um..." Esta tudo acabado do nada que entre nos nunca chegou a existir ".