Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

quarta-feira, 16 de maio de 2012

KAFKANEANDO NO ALTO DA LAGE

" U m trapezista - sabe-se que essa arte praticada nas alturas da cúpula dos grandes teatros de variedades é uma das mais difíceis ao alcance do homem-havia,a princípio apenas como um esforço em busca do aperfeiçoamento,mais tarde também por um costume tirânico,ordenado sua vida de modo que,enquanto trabalhasse em uma única temporada,pudesse passar dia e noite em cima do trapézio. Todas as suas necessidades,aliás muito pequenas,eram atendidas por empregados que, trabalhando em turnos,observavam lá de baixo e faziam descer e subir,em vasos construídos para esse único fim,tudo o que fosse necessário lá em cima. Esse modo de viver não acarretava nenhuma dificuldade significativa para as pessoas que o rodeavam,apenas incomodava um pouco,durante os outros números do programa,que ele como não se podia deixar de notar,permanecesse lá em cima e que apesar de quase sempre se manter em silêncio nessas ocasiões,de vez em quando um olhar da plateia se desviasse em sua direção.
Contudo,os diretores perdoavam-lhe a falta,pois era um artista excepcional,insubstituível. Todos também percebiam que o trapezista não vivia assim por capricho e que só assim poderia manter-se em exercício constante,só assim poderia resguardar a perfeição de sua arte....
                                                                                       Trechico de Primeira Dor de Kafka- do livro Um Artista da Fome....necessário e  um certo modo compôs também o texto que vira daqui pra baixo...manda vé enquanto ta quente....                         KAFKANEANDO NO ALTO DA LAGE

               Ao chegar em casa e depois do banho digitar meu nome na maquina,nada vai encontrar,nem mesmo as referencias pelo simples fato deu não estar ali em sentido de arquivo nenhum,sem recados,fotos tudo deichado a breu e di molho a tanto tempo que a água deichou de ser,as portas e janelas foram serradas,portão a cadeado,mato crescido inevitavelmente em reação ainda natural como de um lugar somente.
        Onde as vezes se perdem ou si deicham pelo que será interpretado por uma maioria como..." Aquele lá coitado,si perdeu...".
        Onde já eu ali estirado a rede,descansando copos de uma limonada Suiça hummmm eram os primeiros dias depois que saquei fundo de garantia e os quase doze messes onde quase sempre atrasado batia meu ponto vestido de um azul já desbotado, de tanto que usou oque no primeiro dia me desejou sincera boa sorte...
        Mais agora eu alí estirado,descansando o peso de meu corpo mal nutrido e ainda sim explorado até seu ultimo sopro,sugado por guase um ano de uma vida quando não são todos...sem nem ao menos convenio medico e odontológico pra que eu possa responder desde o primeiro emprego de carteira assinada ao primeiro que me perguntar... Ai paga bem lá?! no que responderei, num misto de ostentação talvez revolta em apenas dois messes,resignação passada o tempo da experiência e a efetivação eu poderia vir a responder completamente alienado e satisfeito...Ah! o salário não é lá essas coisas não mais tem o plano di saúde que já ajuda né...
        Não tinha nem isso esse lugar antigo  por estive antes,até que não aquentei,mas não por isso,não pelas dores no corpo que si recupera depois de uma noite mais por algo mais intimo ainda depois de tanto tempo do nocaute das palavras ditas,eu sabia na real os porquês daquele meu estado febril e não foi porque fui ao quintal depois do banho nem pelo pé descalso e a cara na geladeira de dez em dez minutos naquele abrir só pra ver o que tem dentro...
        Estado tão presenti e solicito que por vezes não sei quem era arrastando o chinelo as trés da manha batendo portas com o radio do celular ligado no auto-falante tocando Marina Lima,pintando quadros de pouca cor.
       Outro dia eu botei a cabeça pra fora da janela e vi di longe um vulto na lage do vizinho da frenti olhando a lua refletida nas poças d água aqui e ali,ouvindo o que si escuta só di noite eramos nós tomando um trago antes de dormir,sumir de novo cada qual pra dentro do que é seu ou emprestado,alugado barraco ainda só no reboco você enchergar o que quiser nas paredes onde a massa fez raiva pra fica...
       As cartaz enviadas continuaram a voltar com a mesma justificativa, pelo simples fato di eu não querer ainda ser encontrado....
           
                                                                                        W.Dimas Marques - 15/05/12  ás  23: 43