Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

domingo, 23 de dezembro de 2012

INSONES da VILA PANAMÁ

 Tem noite em que praticamente não durmo,ou quando consigo e já muito tarde pra quem tem que acordar muito cedo...mais em noites assim toda essa insonia só si ralenta depois de sair e caminhar queimar toda essa energia sensível em uma caminhada bruta e de chinelo...
     E foi em uma noite dessas a poucos postes ainda de casa que reencontrei o mais querido...
          " Não lembra mais dos amigos não meu camarada?!...".
  E o som destas palavras me arrebataram as águas rapidas do rio do tempo de muito atrás,e que me levaram a uma só pessoa...
          " Filho da puta!! ",chinguei apontando o dedo em sua cara..." Como você some assim cara?!..." Nos abraçamos em abraço todo sentido e ainda com os braços entrelaçados nos reconhecemos quando si olha assim de baixo pra cima...ele estava mais gordo se comparado ao magrelo que sempre foi,e eu só mais careca sentenciou ele...era visível a felicidade que sentíamos com o que víamos um do outro...
         " Mais e ai,me fala oque que aconteceu,oque que rolou..." o sorriso a risada amarela de deboche era ainda um pouco do mesmo que ali si mostrava,depois de tudo que vivemos em oito ou oitenta cada relação cada encontro de começo meio e fim já marcado de exposições di reserva alguma...pra tanto tempo depois..." Olha dois caras ali sentados debaicho daquele poste em atitude suspeita..." eramos nós,falando e trocando idéias sobre tudo e no ultimo volumé...
         Ele vivia hoje no vale do aço,cidade quente poeirenta mas quando por aqui,Belo horizonte ele viveu pelos becos das bocas de nossas principais favelas trabalhando pros dono que a cada semana é um...concertando o carro dos cara,queimando pedra a noite toda num quarto de Quit net cachimbando com trés,cinco mulher,onde um dia morreu um cara depois de fumarem juntos...
         Ele seguiu me contando,gesticulava e ria... 
" O nome do maluco era Evaldo,ta eu e esse cara queimano uma pedra atrás da otra,i ele começo...to pasano mal,to pasano mal to com dor no peito...so que a viagem da pedra e só paranóia cabulosa,cabulosa mesmo ta ligado?! ai eu nem liguei,pensei,esse cara ta e muito loco,e ele ficou nessa até que si levanto e foi embora do nada...nisso passo tipo uns quatro dia e alguem foi lá no escritório do Cesinha,que é o dono do predio,foi queichar-se de um fedo di coisa podre que saia do quarto de Evaldo,ao arrombarem a porta tava ele morto inchadão debaixo da cama a dias...
 "  Isso então foi um a crise de pânico seguida de enfarto ".
 Esse Cezinha pego uns quatrocentos reais no bolso deu uma limpa antes de chamar o rabecão...so nego doido,noiado,entrando e saino noite toda,teve uma época em que eu não queria saber mais de trabalho não,pra que?! si ali eu tinha tudo que vagabundo quer?! não faltava apedra e no morro quem tem pedra pra fuma e rei e mulherada o tempo todo,muito golo...nisso eu conheci a mãe da minha menina e acabei de morar juntos
       

domingo, 16 de dezembro de 2012

" ERA O TEMPO DE GIRASSOL SEM BICICLETA "


     Eu não tinha bicicleta...ainda, já que almejava possuir uma,por todos seus conhecidos benefícios hoje tão na moda e hipocritamente defendido a saúde gera o seu lucro...mais,isso não me aflige e não venho aqui tratar disto,não hoje,isso si já não tiver falado ...mas venho por em alfabeto nosso uma sensação um pouco do subjetivo de um brusco constatar...que eu não tinha bicicleta,e meus joelhos  executavam o mesmo som de uma catraca precocemente desgasta pelo descaso de um mau usofluto sádico para comigo,sim era fato que si fez ouvir...
                    Que quando dele me dei conta sem registrar a ação estaquei, exatamente no meio da ladeira sem asfalto eslameada que subia e falei pra mim mesmo..." Então esta magoa nas articulações é a dor do tempo passando por mim...alimentado por escolhas, da ultima a primeira... 
Desde o tempo em que somos crianças e toda a vida e uma brincadeira, tudo e sonhar,comer ser obedienti pra poder só brincar, e si brincando caimos o que é inevitável..." Levanta menino só ralo vai brincar vai!!..." e é tudo tão natural que poderia estar doendo e ardendo mais pouca bola damos pra dor que não sendo sentida nada pode fazer além de morrer em si mesma...mais quase que em um clássico de repente, todo esse brincar e leveza vai ganhando regras e peso a medida que permitimos o amadurecer de velhas inseguranças com fortes tendencias ditatoriais,oprimindo toda espontaniedade o si divertir vai tornando-se cada vez mais custozo e inacesivel,ônus e ónus de anos pressionados a  labutar,constituindo familia um existir passivo como um cidadão de bem...
         " O amor ainda não é o nosso mais lhe prometo dar um lance muito maior no próximo més,por isso amanhã e depois eu também não posso...vou estar trabalhando vou deichar o dinheiro da passagem,o do pro frango e você almoça com sua mãe...
              E como eu falava...e falava alto,gesticulando...se alguém me viu de sua janela dou toda razão si ela gritou pra dentro de casa..." Vem cá Laudirenio!! vem vê que homi doido,esquisito ali no morro..." paguei e muito di louco...
 "  Quando foi que o tempo entre o cair e o reerguer-se passou,impreguinado na memoria,um filme com suas falas todas decoradas,que repasa e demora e demora por que tanto?!... o porque, por mais que negamos sempre dele temos a ciência,sempre....mais esse texto que produz sua ultima reticencia não chega ao seu fim na pretenção de falar disto mas somente o expor de uma poesia que me tocou brusca no morro lá atrás...


             Repara os girassóis que mesmo cabisbaixos não deixam de buscar o sol,mais pra onde si voltão?!... 

                                                                                Warlen Dimas 

sábado, 8 de dezembro de 2012

" O ESTADO QUE ME LIMPE AS FEZES "

" Não ouvides que de sentimento a sentimento chegamos á idéia.
 De idéia a idéia,alçamos a palavra.
 De frase a frase,atingimos a ação.
 E de ato em ato,acendemos a luz ou estendemos a treva dentro de nós."

....E aqui estamos,eu,escrevendo a luz bruchulenta de uma vela a ultima e si a uso e porque este més,oque veio antes e provavelmente o próximo também não terei o numero e as cores necessárias do dinheiro a saldar,quitar,chegar lá e pá!! com as notas na boca do caixa...a conta de luz por exemplo,que não vem do nada,assim como essa angustia caustica a me corroer por dentro sádica e lentamente,uma especie de febre solar me levando ao coma ainda que a cada dia eu me sinta estranhamente lúcido...
    Eu enchergava tanta verdade nesses momentos de delírio febril,e era tomado por uma fome insasiavel de criar,criando sentia que algo se recriava em mim,eu era todo escancaro"E este quem sou,meu universo intimo é este,sinta-se como que em casa,eu vou logo ali e já volta...",criando projeto o pensar em uma outra qualidade de vibrações,num mundo em que de segunda a segunda acredito com todas as minhas forças,entregue,e quanto mais me sinto esvair levo comigo centenas,só porque acredito...
    Si agora escrevo,convertendo as imagens da cachola em letras e palavras mal escritas e por não poder atuar o que sinto neste instante...mais mesmo que me falte de um tudo,e eu me veja sem nada,nem palavra uma letra eu vou pintar,nas paredes,muros em papel Paraná,uma camada a mais sobre as tantas de minha única tela oitenta por dois...você tem ideia do preço de um painel?!,o preço de um pincel?é tudo de um valor absurdo de caro,como si esta arte e todas as outras fossem destinadas a gosto e uso de uma unica classe,os detentores de bens e meios cabendo a nós o produzir de ilusões in fetichis...
       Escrevo,debulhando em um caderno sessenta folhas brochurão do mais barato que achei, a caneta por força do abito "esqueci " de devolver depois que a usei,a natureza sempre sí vira, encontrando um meio de existir plena,senhora de sí...ainda que amanhã eu despertasse paralisado eu estaria criando,criando,criando...enquanto limpavam minha bunda suja de bosta,eu iria estar lá dentro morrendo de rir descontrolado...
               O Estado que cuide da carcaça que foi minha...

                                                                                     Warlen Dimas.