Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

domingo, 2 de janeiro de 2011

EU FUI TODO MAR

No primeiro dia foram os pés, sim foram eles que levaram a todo o resto as sensações do primeiro contato...
Guando todo aquele mundo em forma liquida do que chamamos água, não lavava e levava apenas os pequenos, pequeninos, pequenicicicimos grãos do que combinamos chamar de areia em meio conchas, pedrinhas quase diamantes, bezouros virados a gritar por socorro...
Todo esse ser chamado " MAR " obra de por certo um Deus que ama incondicionalmente e existe independente nossa vontade, essa água salgada toda me levava com sigo, e se a carcaça de muscúlos e ossos se firmava como podia o mesmo trabalho em desespero não se dava de maneira alguma meu espírito que sorrindo embora cansado, acenava ao corpo e se deixava levar, levava me lavando por dentro, lá dentro, bem lá dentro mesmo sabe ?! com toda areia e sal, todo medo de trezentos e tantos dias que ainda viriam, trazendo com eles um pouco  de tudo em doses váriaveis de amor e dor, sentimentos tão distintos, próximos, e por fim inevitáveis ao nosso amadurecimento...então me leva, leva mar, lava todo eu, todo eu todinho de dentro pra fora aqui no litoral e nas montanhas pra sempre...
E no segundo dia,com mais coragem eu fechei os olhos...e flutuei, eu era aquela espuma branca que se misturava as ondas, meu corpo era todo aquele corpo em sons e imensidão em verde meio azulado eu não mais me ouvia nem quem falou depois de mim, pois acredito que os grãos de areia  também não escutam, apenas sentem como eu senti o mar.