Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

sábado, 12 de março de 2011

UM HOMEM RELIGIOSO

 A religião é uma muleta que ainda precisamos...mas quantos conseguem viver sempre suas crenças?! quantos lideres religiosos não caem na " tentação " dos interesses propios ?! O quanto estamos dispostos a abrir mão de certas " vantagens" ?! prazeres de uma carne tentadora cumprindo as ordens de uma mente ainda a fraquejar hora ou outra..." Um Homem Religioso " bem poderia ser : Eu Religioso, Vc Religioso...é um texto de ontem, de hoje e será de amanhã por um bom tempo...ele é também o ultimo desta serie intitulada: " TEXTOS DE QUASE AMOR ", paro por aqui , e volto acredito eu, a escrever em um próximo " descarregamento de minha caçamba cachola algumas " comédias " sobre os dias de trabalho braçal , meus dias de "Auxiliar de Produção " textinhos leves para se passar sem franzir de testa a cada paragrafo, comedinhas para toda a familia...um cheiro agradável e popular vai pairar em "nosso aterro " virtual, aguardem...mais por agora deixo-os com a religiosidade que foi já foi minha...
                               UM HOMEM RELIGIOSO

"  Um copo com água sobre a televisão que ligada iluminava toda a cena, eu ajoelhado no centro da sala, numa sexta-feira a noite, entregue a ambição de um senhor de terno, completamente nu.
    Depois desta noite vieram os livros de auto-ajuda, faziam lá seu efeito por uma semana, duas no máximo, velas de todas as cores e significados, simpatias alquimias, amuletos, um banda, filosofias, teorias, palestras no centro espirita assistia de segunda a segunda mais fiel que minha mãe as novelas das oito, eu estava lá sentado na primeira fila, ali pertinho do médium me sentia mais envolvido a aquilo tudo, um olho no palestranti outro na cabine de passes que recebia regularmente...
   Mais era tudo, tudo em vão, já que até água fluidificada me servia nas manhãs de ressaca...incorformado com a " subjectividade" do plano espiritual me vi de repente de braços erguidos em cultos evangélicos, onde antes mesmo do pastor impor as mãos sobre mim eu já estava atirado ao chão contorcendo o corpo mais que profissional de circo e chorando mais que recem nascido esbofeteado em sua nádega direita, gritando palavrões balbuciando qualquer coisa em língua estranha, meia igreja sobre mim gritando ainda mais alto que em nome de Jesus eu estava amarrado, repreendido e os demónios em mim em fila indiana, um após outro deveriam sair, mas só depois de exausto me acalmava para alegria do pastor e irmãos, somente depois de meu " desabafo"...nunca houve demónio algum, era sempre eu...mas o pastor erguia-me do chão vitorioso e feliz, seu emprego estava garantido...
    Só que mais uma vez era tudo em vão se mesmo de terno e bíblia em punho eu me fazia o salvador de desejos de jovens muito crentes em mim, levando-as para casa com o pretexto de juntos estudarmos a palavra que levava sempre a ação de um sexo desvairado, acordei junto a praticamente todas as irmãs da igreja que usava e abusava conforme os ditames da minha palavra sempre rija e exaltada...
  E passado este momento como passaram outros, vieram os dias de missa ao domingo onde madrugava na porta da igreja de são Judas Tadeu, engolindo ostias me ajoelhava quando todas se ajoelhavam, erguia as mãos de olhos cerrados, a abraçando os do meu lado, cantava, e como cantava com toda vontade oque não sentia e por fim me atirava ao banco do confessionário e por horas declamava os pecados a um também pecador que sempre me recomendava quinze ave Marias seguidas de quinze pai nosso que repetia e repetia, repetia, repetindo duas horas depois os mesmos erros...
   Fiz uso de tudo e o que mais me oferecessem, verdades, mentiras, a nada questionava sendo minha única exigência a de que me iludissem em minha falta de coragem de renunciar ao que nunca tive... Até que certa manhã, abordado por uma senhora enquanto cruzava cidade antes mesmo que ela falasse o que queria, talvez só desejasse uma informação era o mais certo, mais eu no estado em que estava...
    Eu gritei como nunca, explodi!! sem consegui me conter aos plantos no meio da rua em pleno centro da cidade, Afonso Pena com Amazonas eu urrava e chorava..." Sim !! sim!! eu ouso vozes e vejo vultos enormes de bons momentos que por orgulho e tanta bobagem, por me render a mim mesmo eu renuncio ao nada que tenho...ao nada!! nada!! nada!!!...".

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