Neste Aterro virtual, despejo minhas impressões deste mundo insólito. Avisem aos catadores, pois eles sabem que em meio a entulhos e monturos sempre se tira algo que preste. Vou tentar descarregar aqui, de maneira irrestrita o conteúdo de minha cabeça, cachola, que esta sempre a transbordar.

Warlen Dimas

domingo, 25 de março de 2012

DI QUINTA A DOMINGO AS OITO HORAS

Sua matéria ia tomando forma,o vulto do que discretamente insinuava a ser um homem parece que vinha de uma chacina alá, Quentin Tarantino saca?! dentro da ainda inevitável mania  adquirida pelo hábito de  olha assim,assim e vai julgando...acontece que eu acho que ele não esta mais si preocupando em esconder o cansaço que sente,ta doendo ele naturalmente como o animal que ainda é, só está sentindo e pronto,a dor é dele eu tenho as minhas você a sua...
   A muito mais tempo que parece  deu di ombros,não percebe como si deicha levar pelos braços?!...que vão saculejando pelas escapulas de sarjetas de um tudo quantu á !!... confirmando pra quem quiser olhar seus sapatos enlameados, único par  seja  qual for a ocasião...

Seu olhar ia baicho até o breu das rotundas di poeira antiga,vinham que vinham  como quem vem durante anos tomando folego deichando se levar noite adentro em um mergulho abismal sobre qualquer superficíe reflexiva, até mesmo  seus olhos...

  Pra num de repente, pois o tempo era o dele que parou,destrancou,abriu,fechou a porta descansando o que trazia nos bolsos sobre um mesa de pedra branca,desvestiu o casaco encabidando o na cadeira que rangeu bem di leve sua intimidade com os pregos que lhe sustentavam sua forma,identidade...mais isso ele não ouviu nem vem ao momento porque seus olhos enchergavam um outro lugar não ali,com a obrigação sempre mal remunerada de fazer sorrir...
E fazia, toda noite ali do lado do campinho de quinta a domingo de oito as dez,tem o anão galã,monociclo,bailarina na corda bamba,pipoca tem até atirado di faca...
Mais o seu sorriso sempre tão aberto,e tão igualmente pesado, mais tão pesado lhe exigindo toda noite a entrega de todas as forças como si ele sozinho erguece todo o circo em seu riso...

                                                                   W.DIMAS

segunda-feira, 19 de março de 2012

OUTONAR A SER

 
             Sobre o tempo em Outono...

O chegar de um frio sentido pelos pés era eu acredito, o prenuncio do que sentia já lá atrás em meio as flores que a mim já incomodavam o cheiro excessivo, erá já ela, era ela a colheita que chegara e se fazia inevitável...
Assim como as conseguências das sementes atiradas quando me travesti em ramo seco e espinhos, eu não supunha o peso da carga que seria só minha por tanto tempo, tempo que parece lento de proposito quase parece sádico...pois si tiver ele estes gostos será muito bem servido já que aqui prolongamos tanto nossas dores a alta da ala do que a em nos di pior... em um estado de grave enfermidade di alma e corpo vamos adiando, ainda que cada um tenha seu tempo, este está sempre independente da velocidade em que fazemos nossas escolhas, ele caminha desde o primeiro choro para o fim de seu tempo aqui...

 Acho que por isso, por isso alguem nos deu o outono como quem da alguem que ama um vaso di flor que é vida as oportunidades de si renascer em vida são sutis e naturais como o suceder das estações que passam pela gente sem pedir licença,solicitação formal de amizade não, é tudo muito mais simples.
E sob a vivencia destes dias di chuva que vem de repente de dias de convite a si enfiar debaicho de dois cobertores você e  pensamentos que parece qui nunca si vão di todo,sempre existindo algo a ser dito ou esquecido,um filme a escova de dente a saudade daquela barata predileta, a que sempre lhe aguardava tarde da noite na ida ao banheiro, tornara se justificativas fantasiosas de um ressurgimento pós dramático porta adentro,pagina que di tão insegura se recusa a virar...

São dias que a lingua invernava cansada dentro da boca e quase não saiam lá de onde nascem as palavras, eram dias de quase sem som,o silêncio só quebrado muito pelo desprender das folhas e seu pouso no chão,eu me fazia quieto.

Em dias assim por aqui em baixo do meio de Março a quase fim de Junho será Outono onde a colheita e intransferivel e ao fim também das primaveras podem ocorrer mudanças fora da folhinha,que o sol do verão que vem pode ser sim diferente do ultimo,as lagartas si deicham levar pelo que sentem ser o certo, e preciso outonaraser e aceitar que é tudo muito mais simples

terça-feira, 13 de março de 2012

DESPUDORADAMENTE LIVRES ENTRE OS LÁBIOS - O VOCABULÁRIO DE TRÉS PAGINAS DE MINHA MÃE

Não é que hoje olhando assim de uma certa distancia de cinco sete anos atrás existi uma certa beleza ou melhor, era sim muito bonito e delicado aquilo tudo que vivemos,olha...

As palavras como eram exóticas em um erotismo verbal,palavras,gírias todas já em desuso se sobrechegavam sem o compreendido
 medo de não serem entendidas...

Despudoradamente livres elas se insinuavam molhadas por entre lábios,elas iam e vinham em meio a fumaça dos cigarros tragados compulsivos de tal modo que as flores de um jardim que existia ao lado de nossa favorita messa de canto já não tinham mais o mesmo cheiro, azaléias,rosas,tulipas e até mesmo as margaridas já exalavam um leve cheiro de tabaco, adubadas por nossas bitucas fumeguentas...

Entre nós o silêncio perdia toda a força de constrangimento e si tornava domado e treinado era uma ação precisa, uma poesia em gestos pensados,olhar quase neutro um haicai Jápones sem palavra falada ou escrita apenas n´´os um de frente pro outro degustando todo o silêncio preparado sem presa, levado ao forno em fogo brando...

É estranho e tudo hoje tão distante e ainda tão vivo que e ´so fechar os olhos que tudo me vem como si fosse ontem...alguns de nos se não todos,voltávamos a nos refugiar por detrás de pilhas de livros,revistas,descrenças,diplomas,talentos e teorias que justificavam tudo e era isso tudo verdadeiras barricatas covas e foços criando profundas distancias entre nós e outras pessoas que desmunidas de todo este arsenal intelectual só queriam saber como estávamos...

Mi é impossível não lembrar de minha mãe que nas raras vezes que adentrava meu quarto topava ou com um quadro,panfleto de teatro e textos ainda em rascunho pelo chão,ela lia e relia e acho que muito pouco intendia,não do meu modo critico e viciado de olhar julgar baseado na frieza da técnica e só, ela olhava pra mim seria..." Bunito !! "era um bonito tão redondo e lindo ai minha mãe, ela era meu sol nessas horas...
      Viveu toda sua longa vida com um pequeno e simples vocabúlario completa e feliz em toda sua santa ignorância...
                                                  W. Dimas
29/02/12
 Este texto foi inspirado por uma passagem da bíblia ..." A quem muito foi dado muito será cobrado  (  Lucas, cap12 ver: 47-48 )